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Foto: Pedro Piegas (Diário)
Com cerca de 2 mil atendimentos anuais, o Programa de Atendimento Especializado Municipal (Praem) auxilia escolas da rede municipal no suporte a crianças que vivem em vulnerabilidade social, emocional e física, assim como a alfabetização de adultos e idosos. Em uma articulação entre educação e saúde, o programa conta com um grupo de 39 profissionais, 88 estagiários de várias áreas e instituições de ensino, assim como a residência da Saúde Mental e Familiar da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O programa dá conta de 15 áreas diferentes, para minimizar os impactos e melhorar a qualidade de vida dos seus assistidos.
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A rede de apoio ao Praem tem suporte de outras redes, como o Sistema Único de Saúde (SUS), Sistema Único de Assistência Social (SUAS), Conselho Tutelar, Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) e os Centros de Atenção Psicossocial (CAPSi). Além disso, oferece turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e oportuniza os estudos para adultos que nunca leram ou escreveram.
- Nosso compromisso é fazer e dar nosso melhor a todos que aqui chegarem. Não medimos esforços para ajudar para além do que devemos, e isso nos realiza como profissionais e pessoas - diz Juliane Riboli Corrêa, coordenadora do Praem.
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Foto: Pedro Piegas (Diário)
Ela lembra que, desde o ano passado, o programa tem uma sede própria, com 12 salas de atendimento, elevador, salas de reuniões, um salão e um pátio com espaço suficiente para oficinas. A casa foi reformada, adaptada e decorada conforme as necessidades do programa.
- Nossa estrutura atual é ótima. Por causa dela, conseguimos atender em todas as frentes. A criança chega aqui e é atendida em todas as etapas do processo até conseguir resolver suas demandas - garante Juliane.
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FRENTES
O Praem iniciou suas atividades com o objetivo de atender crianças e adolescentes da rede municipal em vulnerabilidade social, principalmente aquelas que tinham déficit no aprendizado. Nos últimos anos, foi detectado que os problemas ultrapassavam a dificuldade de aprender dentro de sala de aula. As crianças começaram a chegar com demandas emocionais e psicológicas mais graves, e esses são os casos mais recorrentes, atualmente, nos atendimentos.
Conforme a coordenadora, os efeitos da pandemia foram grandes para muitas famílias.
- Os casos que mais se agravaram circundam em torno de estupro de adolescentes e crianças. Temos casos de crianças com 2, 4 e 6 anos que já passaram por isso. Casos de violência física e emocional, depressão, casos de adesão ao tráfico de drogas e prostituição infantil, crianças com 10 anos ou mais, que não são alfabetizadas - conta.
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Para Jeceliane Marsona Loreto, o programa tem sido uma fonte de evolução pessoal para ela e para o filho Isaac, de 5 anos:
- Aqui, ele tem o melhor atendimento possível. São pessoas boas, realmente preocupadas em ajudar. Além de bem atendido, o Isaac se adaptou rápido. Desde que começou a vir aqui, tem evoluído e se desenvolvido rapidamente. Ele até fala mais do que antes. Ele se integra e se aproxima das pessoas, coisa que ele não fazia.
TRAJETÓRIA
O Praem surgiu em 2009 com o objetivo de atender a demanda de crianças da escola da Rede Municipal de Santa Maria que apresentavam dificuldades de aprendizagem, especialmente na leitura e na escrita, mas não eram público da Educação Especial e também não apresentavam transtornos de aprendizagem como dislexia, discalculia, disgrafia.
Na época, era formada por apenas três profissionais da educação e a abrangência era bastante restrita. Em 2015, o PRAEM foi transferido para a região central da cidade e teve seu número de profissionais ampliado, assim como as frentes de trabalho. No mesmo ano, foram realizadas melhorias no local e na equipe de atendimento.
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Foto: Pedro Piegas (Diário)
Foram 1,5 mil pessoas assistidas ao fim deste ano, o que tornou o Programa, uma referência nacional, já que não existe outro semelhante no Brasil.
É o que explica a professora e vereadora Luci Duartes (PDT), uma das idealizadoras do Praem:
- Este é o único programa, deste tipo, regulamentado por lei. Pretendemos que ele se torne uma lei estadual e federal. Hoje, como vereadora, pretendo encaminhar essa lei, após as eleições de 2022, para que deputados aprovem e possamos atender cada vez mais gente. O Praem é, atualmente, um programa totalmente mantido por recursos municipais. Com uma lei mais ampliada, além de atender mais famílias, podemos buscar, também, recursos estaduais e federais.
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Um ato de cidadania para jovens e adultos que não sabem ler e escrever
Com 12 anos de empenho e ajuda a tantas famílias, Juliane comemora os números dos atendimentos, especialmente, os números contabilizados na alfabetização. Conforme ela, são 700 crianças e 12 adultos em processo de alfabetização, atualmente, dentro do Praem.
O servente de pedreiro, Dilson Rodrigues Cavalheiro, 50 anos, é um deles. Ele elogia o trabalho e empenho das professoras:
- Elas são ótimas, todas camaradas.
Jocélia Ribeiro Batista tem 52 anos e trabalha como doméstica. Ela se diz feliz em estar aprendendo tanto dentro do programa.
- Está sendo uma experiência tão feliz. É mais do que uma aprendizagem, é um conjunto. De convivência e troca de vivências. Sou muito feliz em estar ali - diz.
Da mesma forma, Pedro Henrique Oliveira Silva, 25, fala com alegria sobre seus dias dentro do Praem.
- Aqui, todos me ajudam no que eu não sei e no que não aprendi. Tem afeto e amizade aqui. E tem esforço em ajudar o próximo. Respeito muito isso em todos. Estou desempregado, mas creio em Deus que com todo o aprendizado conseguido aqui, isso mude - deseja o jovem.
Para a educadora especial Katiusce Giacomeli Tambara, que trabalha há 25 anos em sala de aula, trabalhar com a alfabetização de adultos tem sido inspirador.
- É uma das melhores experiências da minha vida. Acompanhar e participar do processo de aprendizado de um adulto é lindo, não tem palavras que descrevam. Ler e escrever é um ato de cidadania, todo mundo deveria ter acesso e ver essas pessoas trabalharem o dia todo e ainda sim ter vontade de ir de noite aprender, é uma lição para mim todos os dias - garante.
SAIBA MAIS
- Acesso - Podem procurar o programa as famílias que acharem necessário apoio especializado ou por meio de encaminhamento da escola
- Endereço - Rua Conrado Hoffmann, 287, Bairro Nossa Senhora de Lourdes
- Telefone - (55) 3921-1096
SERVIÇOS
- Apoio pedagógico - Presta atendimento nas questões de dificuldades de aprendizagem, focando na leitura e escrita
- Psicopedagogia clínica - Avaliação e atendimento de alunos com transtorno de aprendizagem
- Psicopedagogia institucional - Atendimento às escolas com tutorias sobre adaptação e ações para favorecer o aprendizado
- Matriciamento - Equipe do Praem se desloca com a rede de apoio até uma escola para debater soluções para até seis casos por vez
- Acolhimento familiar - Destinado às demandas das crianças advém de atritos ou realidade familiares
- Acolhimento da saúde mental - Realiza a avaliação de alunos para adequar os atendimentos necessários e, caso haja necessidade, será feito o encaminhamento para o CAPSi
- Fonoaudiologia
- Terapia ocupacional
- Serviço social
- Arteterapia
- Psicologia
- Educação Especial - Para as escolas que não têm esses atendimentos
- Programa altas habilidades/superdotação - Avalia, orienta e propõe ações para este público
- Programa superação - Para alunos com características de autolesão e tentativa de suicídio
- Formação de professores e famílias